O número de mortos na megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) realizada na terça-feira (28) ultrapassou a quantidade de vítimas do massacre do Carandiru, que aconteceu em 1992, em São Paulo. O governo do Rio de Janeiro confirmou 121 mortos na operação, entre eles quatro policiais. No massacre do Carandiru, 111 presos foram mortos por policiais após uma rebelião no pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo.
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Os policiais mortos na no confronto foram identificados como sendo: Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho de 51 anos, que havia sido recém promovido a chefe de investigação; Rodrigo Velloso Cabral de 34 anos, que havia entrado há pouco mais de um mês na Polícia Civil; e os sargentos do Bope Cleiton Serafim Gonçalves de 42 anos, e Heber Carvalho da Fonseca de 39 anos.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro diz que a megaoperação contra o Comando Vermelho deixou 132 mortos. Moradores do Complexo da Penha, na zona norte carioca, um dos locais onde houve a operação, levaram ao menos 60 corpos para a Praça São Lucas durante a madrugada e o início da manhã desta quarta (29).
Batizada de Operação Contenção, a ação faz parte da iniciativa do governo estadual para combater o avanço do CV em regiões fluminenses. Ela foi resultado de mais de um ano de investigação, que teria identificado 94 integrantes do Comando Vermelho escondidos nos complexos de favelas do Alemão e da Penha.
Segundo a polícia, dois líderes do CV – Edgar Alves de Andrade, o Doca, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, atualmente cumprindo pena num presídio federal – eram responsáveis por ordenar a tomada de territórios no estado. Somente nos últimos quatro anos, Doca teria comandado a expansão do grupo criminoso para quase 50 regiões na capital e na Baixada Fluminense.
A investigação descobriu ainda que os chefes do CV se comunicavam em grupos de aplicativos de mensagem para informar os integrantes da quadrilha sobre vários temas, como punição a moradores, que incluem tortura e morte, e segurança em pontos de venda de droga.
A Operação Contenção contou com pelo menos 2.500 agentes das forças de segurança do Rio de Janeiro que saíram para cumprir quase 100 mandados de prisão. Ao chegar nos complexos, as equipes teriam sido recebidas a tiros e com barricadas. Segundo a polícia, criminosos teriam ainda lançado bombas com drones.